Resenha / Crítica: Primavera num espelho partido / Editora: Alfaguara / 2009 / Autor: Mario Benedett
Primavera num espelho partido é o primeiro livro que leio do escritor uruguaio Mario Benedetti. Tenho o conhecimento que ele é muito famoso por ter escrito um livro de 1960 que se chama " A Trégua". Estou com esse livro aqui em casa e, provavelmente, será uma das próximas resenhas aqui do blog. O título original do livro do post é "Primavera con una esquina rota", originalmente escrito em 1982. Mário Benedetti "foi um poeta, escritor e ensaísta uruguaio. Integrante da Geração de 45, a qual pertencem também Idea Vilariño e Juan Carlos Onetti, entre outros. Considerado um dos principais autores uruguaios, ele iniciou a carreira literária em 1949 e ficou famoso em 1956, ao publicar "Poemas de Oficina", uma de suas obras mais conhecidas. Benedetti escreveu mais de 80 livros de poesia, romances, contos e ensaios, assim como roteiros para cinema."(Fonte: Wikipédia). O livro narra a história de Santiago, preso durante a ditadura uruguaia que foi imposta ao país durante o período de 1973 a 1985 e a sua família - Graciela, sua mulher e a Beatriz, a sua pequena filha. Ele se comunica esporadicamente, através de cartas, mas têm sempre que tomar cuidado com o que vai escrever, pois as suas correspondências são vigiadas. Graciela, Beatriz e o avô paterno - Dom Rafael, se mudam para a Argentina, na tentativa de começar uma nova vida, um novo recomeço. O fluxo de vozes distintas intercaladas ao longo do texto - inclusive a do próprio Benedetti, relatando suas amargas experiências no exílio, constrói aos poucos, em conjunto, com as vozes dos personagens o mosaico dessa história de amor e perda em meio a uma ditadura que se demonstra implacável e sem volta na vida dos personagens. O livro apesar de ter esse tema da ditadura, ele apresenta outros temas como o relacionamento entre o casal que é um tema central na trama também. A condução da narrativa é maravilhosa, é um livro de leitura rápida, não por ser uma leitura sem valor, mas por que o leitor fica muito envolvido com a história e com tudo que vai acontecendo no decorrer da leitura. Não é um livro que tenha um final convencional, mas me agradou muito, mesmo assim, fiquei pensando na história do livro. Com certeza, teremos mais Benedetti aqui no blog em breve... Recomendo.
Abs,
(Originalmente publicado em 11/11/2014).
