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Resenha / Crítica: Invisible / Invisível / Editora: Companhia das Letras / 2009 / Autor: Paul Auster


Boa Noite!"Invisível" é o primeiro livro que leio do autor norte-americano Paul Auster. Comprei o livro sem nenhum tipo de indicação, realizei uma breve pesquisa com um material de literatura que tenho aqui em casa e me senti atraído pela resenha do livro. É verdade também que Eu já tinha ouvido falar do autor. Afinal de contas, o que me impede de arriscar a conhecer um novo livro? A história se inicia no ano de 1967, Adam Walker é um estudante do segundo ano letivo de Literatura da Universidade de Columbia - Estados Unidos Da América. Walker é um poeta amador, um jovem de muita inteligência, tímido e quase um desconhecedor da força de sua beleza. Numa festa, Adam narra o encontro que teve com outros dois importantes personagens: Rudolf Born, um professor visitante de relações internacionais na mesma Universidade Columbia e sua enigmática e sedutora companheira, a francesa Margot. É interessante que o leitor preste bastante atenção aos detalhes da história relatada por Walker. Acredito que não será uma tarefa difícil, já que a escrita de Auster é bem "limpa" e os personagens são muito interessantes. Achei curioso o fato do sobrenome da Margot não ter aparecido em nenhum momento do livro. Quer dizer, o sobrenome apareceu apenas no final do livro e numa situação bem curiosa. Adam narra de maneira bem detalhada o encontro desse improvável triângulo amoroso. Por algum motivo que Walker ainda desconhece, o casal se interessa pela sua persona "acadêmica". Rapidamente, Walker e Born se tornam amigos, apesar da desconfiança de Adam com o nobre professor. Rudolf aparenta ser um intelectual/sarcástico e com o temperamento explosivo. Entretanto, Born convida Walker a fundar uma revista literária, um produto inovador e diferenciado. Concomitantemente, surge o esperado romance entre Walker e Margot. A história é muito bem escrita e a leitura acontece com fluídez, mesmo com uma quantidade maior de detalhes. Paul Auster desenvolve uma narrativa coesa, mas essa unidade é estabelecida com a ampliação do universo narrativo. Adam Walker, na verdade, já é um senhor de mais de sessenta anos de idade. O material que estamos lendo são os registros realizados pelo protagonista na sua idade senil. A narrativa se altera em algumas oportunidades e a menção a esse estilo não é algo apenas decorativo. O estilo da narrativa, exerce uma mudança significativa na condução da história, além de fornecer ao leitor a possibilidade de conhecer a possível história de Adam Walker com o olhar de outros personagens da história. Afinal, conhecemos a história com o "olhar" de Walker, aprendemos a gostar do personagem e do desenvolvimento da trama. Contudo, teremos a real capacidade de presenciar a verdade? Temos a presença de outros importantes personagens na história: Jim, antigo colega de faculdade de Adam, que se tornou James Freeman, escritor de sucesso, a quem Walker recorre para que lhe ajude a terminar a narrativa do livro; A irmã Gwyn, por quem ele sente um irresistível desejo incestuoso e Cécile, enteada francesa de Born, que manteve um diário dos tempos em que conheceu e se apaixonou por Walker na sua breve passagem por Paris. Aliás, acho que o único fato verídico do livro é Paris. Excelente. Recomendo.

Abs,

(Originalmente publicado em 23/10/2012).

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