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Resenha / Crítica: I Confess / Tortura Do Silêncio / Estados Unidos Da América, 1953 / Direção: Alfr


Boa Tarde! "I Confess" é um filme polêmico dentro da filmografia de Alfred Hitchcock. A frase ficará mais nítida quando Eu descrever a história do filme. Antes, vamos conhecer algumas frivolidades. Afinal, os detalhes de uma história nunca são sem importância. A película foi filmada em locações no Canadá, o que era um fato bem raro de acontecer na época. Hitchcock teve alguns problemas de relacionamento com as estrelas do filme. Anne Baxter (ele queria a sueca bergmaniana Anita Bjork) e com o outro protagonista - Montgomery Clift. O pouco que conheço da obra do diretor, não é raro de encontrar esse tipo de situação e/ou a predileção de Hitchcock por algum outro ator/atriz. Detalhes e mais detalhes de bastidores e na realização dos filmes são temas tão interessantes quanto a obra do cineasta e dos atores. Fazer o que? A responsabilidade é do próprio Hitchcock. Bom, vamos a uma breve sinopse do filme, assim Eu poderei divagar um pouco mais sobre o que me vier a cabeça. O devotado padre católico Michael Logan (Montgomery Clift) ouve a confissão de um servente da igreja em Quebec, que lhe diz ter cometido um assassinato. Esse servente, Otto Keller (O.E. Hasse), era um refugiado alemão, que trabalhava para a igreja juntamente com a esposa, Alma (Dolly Haas). Otto Keller estava precisando de dinheiro, observar Alma trabalhar tanto partia o seu coração, ele tentou roubar e acabou por matar o advogado inescrupuloso Villette (Ovila Légaré). Keller fugiu sem pegar o dinheiro e foi visto por duas crianças saindo da cena do crime usando uma batina. Com isso, o inspetor Larrue (Karl Maden) desconfia dos padres da cidade. O único que não disse onde estivera na noite do crime foi o padre Logan, que passa a ser o principal suspeito do crime. Quando Larrue descobre a relação do padre com uma antiga namorada - Ruth Grandfort (Anne Baxter) - e agora uma mulher casada, ele prende Logan e o leva à julgamento. Basicamente, essa é a trama principal do filme. Nesse caso, não me senti mal em contar a história, pois esse fato é revelado ao público no começo da história. É claro que o roteiro será melhor desenvolvido e com alguns detalhes importantes também.O Roteiro do filme é de George Tabori e William Archibald baseado na peça francesa de 1902 chamada Nos Deux Consciences, de autoria de Paul Anthelme e que o diretor Hitchcock assistira nos anos de 1930. A película foi considerada muito ousada para a época de sua realização. Um padre acusado de assassinato, com um suposto romance com uma mulher e ainda por cima sabendo quem era o assassino. Conflito moral intenso. Separei um trecho de uma entrevista de Hitchcock "Estou disposto a proporcionar ao público choques morais benéficos. A civilização tornou-se tão protetora que já não é possível proporcionarmos a nós mesmos, instintivamente, o calafrio. Por isso é que convém provocar esse choque artificialmente, para desentorpecer as pessoas, para que elas recuperem o seu equilíbrio moral. Acho que o cinema é a melhor maneira de alcançar esse resultado." Montgomery Clift tem uma ótima atuação na pele do padre Logan. O filme tem uma áurea pesada e a abnegação do padre diante da confissão de Keller é de tirar o fôlego. Eu gostei da atuação de Anne Baxter, apesar do diretor ter ficado muito insatisfeito com a indicação do estúdio. Na época, a atriz Anita Bjork, tinha chegado aos Estados Unidos com seu amante e um bebê ilegítimo dentro de um cesto, e os dirigentes da Warner Bros ficaram com medo da repercursão do caso. Nessa mesma época, Ingrid Bergman causava uma "tempestade" com a sua história com Rossellini. No geral, Eu gostei do filme, apenas na parte final é que não fiquei muito satisfeito. Entretanto, tem uma parte na cena final que Eu achei genial mesmo, mas senti a falta da participação de outros personagens. Ficou um lance frio, muito solitário. Hitchcock não gosta do filme, mas ele é um gênio, coisas de gênio mesmo. É claro que o filme tem umas sacadas geniais com a câmera. Pelo menos Eu percebi algumas, afinal de contas, não dá para entender tudo na primeira vez....rs...Tem um lance especial que me marcou muito no filme que é o dia em que o padre Logan vai até a casa de Villette. No final da cena o padre se encontra, rapidamente, com a Sra. Ruth Grandfort. Oba, legal temos uma visão da situação. Mais para frente, teremos um relato da Sra. Ruth Grandfort e a descrição da mesma cena, do mesmo momento, só que com o ponto de vista de uma outra câmera. Demais!!! Fora o lance de focar a lente da câmera de um jeito e o diálogo da cena ser algo completamente imcompativel com o que está acontecendo na cena. Isso é recorrente nos seus filmes, a simplicidade que só um gênio é capaz de realizar com tamanha naturalidade. Enfim, sou novo ainda, estou aos poucos aprendendo alguma coisa...Hitchcock não gosta do filme, mas Eu recomendo!!!....rs....

Abs,

(Originalmente publicado em 27/09/2012).

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