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Resenha / Crítica: As Brasas / Editora: Companhia das Letras / 1998 / Autor: Sándor Márai


Boa tarde pessoal!!! Acredito que muitas pessoas tenham a curiosidade de saber como faço para descobrir novos títulos de livros. Bom, pesquiso na internet, sites de livrarias, recomendações de usuários do skoob, estante virtual e, algumas vezes, pego algumas dicas com alguns amigos na própria internet. Aliás, tive a idéia de pedir algumas sugestões de livros aos meus amigos no facebook. Vamos ver se vai funcionar...rs As Brasas descobri por indicação do site estante virtual, pesquisei mais sobre o livro e achei o tema central muito interessante. O livro circula como território predominante o tema da amizade entre dois protagonistas principais: O general Henrik e o seu amigo de infância, Konrad. Antes de começar a resenha do livro, vamos conhecer um pouco da história do autor eslovaco, Sándor Márai. Nasceu na cidade de Košice, atualmente Eslováquia, em 1900. À época, Košice se chamava Kassa e era parte do Império Austro-Húngaro. A cidade foi colonizada por Húngaros e Saxões, o que explica o fato de Márai se entender como húngaro e optar por escrever nessa língua. Márai viajou por boa parte da Europa Central, tendo morado em Frankfurt, Berlin e Paris, se estabelecendo finalmente em Budapeste. Sobreviveu ao nazismo (a Hungria se aliou à Alemanha na guerra), mas optou por se exilar nos Estados Unidos após a vitória dos comunistas nas eleições de 1948 (a mesma vitória que, coincidentemente, ocorreu em todos os países sobre administração soviética). Seus livros foram banidos da Hungria pelo regime comunista. Cometeu suicídio em San Diego em 1989, não tendo presenciado as mudanças que varreriam o comunismo da Europa. Sua obra vem sendo redescoberta recentemente e Márai saudado como um grande escritor europeu. Bom, vamos ao livro. O livro conta a história do general Henrik, já com mais de setenta anos de idade, recebendo a notícia de que receberá a visita de um antigo amigo, Konrad, no castelo, onde vive sozinho. Basicamente, além de alguns "funcionários", a única figura ativa na história é Nini, que já tem mais de noventa anos de idade. Existe uma passagem interessante no livro, onde o general quando criança, viaja com a família até a França para visitar a avó, mas chegando lá o menino adoece. Nini é chamada para ajudar na recuperação da criança e consegue chegar ao local, sem ao menos saber o endereço!!! Logo o menino começa a dar sinais de melhora, e é levado de volta para a sua terra natal. Enfim, apenas pequenas divagações a respeito da história. O que desejo mostrar nesse momento é a forte ligação de amizade que une esses dois personagens centrais - Henrik e Konrad - que se separaram há mais de quarenta anos. Não sabemos o porquê disso ter acontecido e, é claro, não vou contar o motivo, não sou desmancha prazeres. Entretanto, podemos suspeitar que algo de muito grave deve ter acontecido e esse é o motivo do jantar entre os dois que será realizado para celebrar esse encontro. Talvez, esse seja o último encontro entre os personagens. O livro se passa no século XIX, é interessante de se observar as mudanças sociais daquela época e, também, de perceber que o livro foi publicado em 1942, ou seja, o autor escolheu de maneira proposital esse conflito social e político. Podemos perceber um certo posicionamento do autor frente a pluralidade cultural, a sua tolerância frente ao "diferente" e pouco comum aos padrões da época. Apesar da rigidez da criação do general, aos poucos vamos percebendo o seu posicionamento perante a vida, a velhice, o amor, a vaidade, a riqueza, etc. Em quase toda a sua totalidade, o livro é uma espécie de monólogo do general, temos a presença de uma narração em terceira pessoas algumas vezes, mas no geral é dissecado o pensamento e as idéias desse personagem principal, com Konrad, servindo, praticamente, como um ouvinte passivo de toda a narrativa. O livro é realizado com uma leitura rápida, são 172 páginas, contando com o posfácio e num primeiro momento não é uma leitura muito agradável. Achei a primeira parte do livro meio chata, com a narrativa lenta demais, mas chegando, aproximadamente, na página 100, o livro começou a melhorar significativamente. São levantadas várias questões pertinentes a história, temas interessantes também, foi muito prazerosa a leitura do livro. Recomendo.

Abs,

(Originalmente publicado em 26/04/2015).

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