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Resenha / Crítica: Tudo Pelo Poder / The Ides Of March / Estados Unidos da América, 2011 / Direção:


"The Ides Of March / Tudo Pelo Poder" é baseado em uma peça chamada "Farragut North" de Beau Willimon que agora está ajudando a adaptar a série House of Cards (inglesa), outra história de política suja para a televisão americana. George Clooney é um dos raros casos de um ator que consegue navegar por outros setores da indústria na qual está vinculado, tendo feito sucesso atuando, dirigindo, escrevendo e produzindo filmes. Tudo pelo Poder é seu quarto longa na direção. Clooney também é um dos 3 responsáveis pelo bom roteiro da película. Novamente, o ator e diretor demonstra os seus dotes atrás das câmeras, entregando ao público uma trama coesa, dinâmica e muito interessante acompanhada de boas performances de seus atores. A trilha sonora é de autoria de Alexandre Desplat (O Escritor Fantasma / The Ghost Writer / Direção: Roman Polanski), um dos melhores compositores da atualidade que ainda não foi premiado com o Oscar. A fotografia de Phedon PapaMichael (Win Wenders, Oliver Stone e também no filme "Os Descendentes / The Descendants / Direção:Alexander Payne) também dá um tom interessante desta obra mais cinza, com algumas cenas mais escuras ou marcadas por encenações com jogo de sombra e luz. Dessa maneira, observamos uma narrativa sintonizada com a evolução da imagem na trama tornando-se assim bons aliados. A trama é centrada no jovem Stephen Myers(Ryan Gosling), secretário de campanha política, e as trapaças do jogo da política em que ele precisa se meter para conseguir a indicação do candidato democrata, o então governador Mike Morris(George Clooney). Essa disputa é uma prévia do partido democrata americano e definirá o representante do partido na futura eleição presidencial. Com a película temos a oportunidade de visualizar os bastidores de uma disputa política; a confecção de discursos; manobras políticas, etc. Confesso que não tenho prazer na política. Gosto das estórias que envolvem a política, a motivação das pessoas, a relação do ser humano motivada pelo mais puro e simples interesse. Ryan Gosling (Tolerância Zero, Diário de Uma Paixão, Blue Valentine) é um ator em ascenção em Hollywood, gosto bastante dos seus personagens e ele está com uma atuação muito impressionante e convincente. Acho interessante a personalidade que empresta ao personagem sendo sensível, cínico, adorável e detestável. A cena em que Stephen perde o seu "ideal de moral política" é um bom exemplo. Paul Zara (Philip Seymour Hoffman) é um ator que dispensa comentários. Genial. Paul (Philip Seymour Hoffman) é colega de trabalho de Stephen, na verdade, ele é o responsável pela campanha de Mike (George Clooney).Os profissionais pela campanha são muito inteligentes. É o tipo de inteligência tão sincera e bruta que você fica sem reação. As cenas fluem e tudo parece muito natural. Stephen e Paul estão sob intensa pressão, acompanhando as primárias do partido democrático no decisivo estado de Ohio. A campanha está com boa perspectiva de ser bem sucedida, mas não existem garantias da vitória nesse importante estado americano. Ninguém se arrisca a afirmar uma vitória. A derrota nesse pleito pode causar um "efeito cascata" e comprometer o trabalho realizado até ali. Stephen é ambicioso, meticuloso e fará de tudo para derrotar o adversário. Invariavelmente, observamos a preocupação dos responsáveis pela campanha em realizar e acompanhar pesquisas feitas sob encomenda. Decepção Total. A disputa por alianças estaduais e os votos dos delegados transformam-se em uma guerra nos bastidores, culminando em falsos abraços e sorrisos diante das câmeras e apunhaladas nos bastidores. Nesse momento percebemos um exemplo interessante de como se fazer política. A corrupção atinge inclusive os meios de comunicação, flagrados na repórter Ida Horowicz (Marisa Tomei) e sua voracidade em conseguir um novo furo de reportagem. Paul Giamati é Tom Duffy, o responsável pela campanha do outro candidato do partido democrata,o Senador Pullman (Michael Mantel). Tom seria uma espécie de "Duda Mendonça", a visão clássica e predatória do político contemporâneo, não hesitando em manobras que, embora não lhe rendam lucros, provocam prejuízos irremediáveis aos seus concorrentes. Philip Seymour Hoffman tem nas mãos o personagem mais trágico da narrativa, um idealista fiel à crença na lealdade. Infelizmente, um ideal incompatível com o cargo que desempenha. A relação entre Paul (Philip Seymour Hoffman) e Stephen (Ryan Gosling) se complica, um fato novo e grave surge durante a campanha e a maneira como a situação se resolve é muito natural. Impressionante. Finalmente, Molly Stearns (Evan Rachel Wood), aparece na trama como uma estagiária na campanha de Mike Norris. O papel é pequeno. Porém, muito bem executado pela competente atriz. Molly (Evan Rachel Wood) será a pólvora no meio de tantos gatilhos a serem disparados. Ótimo Filme!

Créme de La Créme

Ryan Gosling(Stephen Myers). Atuação convincente. Torço para que continue em evolução. Abs,

(Originalmente publicado em 17/01/2012).

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