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Resenha / Crítica: O Espião Que Sabia Demais / Tinker, Tailor, Soldier, Spy / Reino Unido / França /


O diretor sueco Tomas Alfredson iniciou-se no cinema com a película "Deixe Ela Entrar / Låt Den Rätte Komma In / 2008". O filme foi aclamado pela crítica e obteve um relativo sucesso comercial. Inclusive, houve uma refilmagem americana do terror sueco dirigida por Matt Reeves. Infelizmente, ainda não assisti a película, mas muitos clientes fizeram ótimos comentários e críticas. Está na minha lista de espera e, em breve, realizarei um post sobre a sua primeira produção cinematográfica. Acredito que seja importante escrever que Tomas Alfredson realizou diversos filmes para televisão e mini-séries no seu país de origem. Assisti ao filme duas vezes, tive um pouco de dificuldade em entender a trama e a relação entre os personagens. Contudo, posso garantir que o esforço valeu a pena e, realmente, é um filme surpreendente e muito inteligente. Tudo certo, as divagações inicias estão esclarecidas. Chamado de volta ao serviço de inteligência e espionagem britânico para descobrir a identidade de um espião soviético e/ou mais conhecido pelo termo "topeira", no auge da Guerra Fria (14 de novembro de 1973), o britânico George Smiley (Gary Oldman) é encarregado de desmembrar uma rede muito complicada de conspiração, codinomes e agentes duplos. Nos mais altos escalões do Serviço Secreto Britânico (MI6, mas fictício conhecido como 'The Circus'), seremos apresentados a diversos agentes de espionagem. Através de um caso de amor com a esposa de um oficial da inteligência russa, um agente britânico, Ricki Tarr (Tom Hardy) descobre que pode existir uma alta "toupeira" soviética dentro do Circus. Auxiliado por Peter Guillam (Bendedict Cumberbatch), que é o manipulador de Tarr, Smiley põe a descobrir a toupeira sem o conhecimento da liderança de Circus, qualquer um deles pode ser a o agente duplo. O Circus é dirigido por Percy Alleline (Toby Jones) e os seus adjuntos Bill Haydon (Colin Firth ), Roy Bland (Ciarán Hinds) e Toby Esterhase (David Dencik). Os codinomes foram atribuídos pelo Chefe de Controle - Control (John Hurt) do Serviço Secreto Britânico. A trama se caracteriza em minimizar a exposição do enredo e, através de cenas do passado dos personagens, oferece ao público a possibilidade de construir a estória de espionagem. Eu não sei jogar xadrez, mas acredito que a comparação é bem justificável. Somos apresentados a diversos personagens, muitos deles com nome e sobrenome. Além disso, observamos que muitos personagens têm apelidos também. Aconselho a prestarem atenção nos apelidos em inglês e a sua respectiva tradução para o português. É interessante observar que existe um movimento no cinema de língua estrangeira de realizar produções de orçamento relativamente baixo. "Deixe Ela Entrar" é um exemplo e mais recentemente observamos a refilmagem americana da série Millenium, do escritor e jornalista sueco Stieg Larsson. Tomas Alfredson demonstrou ser um cineasta de coragem ao convocar grandes atores para realizar a filmagem do seu segundo filme. Historicamente, sabemos que a possibilidade de fracasso é um risco significativo para a carreira de qualquer novo diretor. O roteiro do filme é baseado no thriller de espionagem de John Le Carré. Soube que o livro é muito amado pela crítica e público sendo um risco e um desafio a mais para Alfredson. Os roteiristas Bridget O´Connor e Peter Straughan conseguiram criar uma atmosfera tensa e meticulosa, fugindo de uma proposta de ação mais rápida de roteiro de espionagem. Há quase um ar de claustrofobia a maior parte do filme, a fotografia escura e a pontuação misteriosa se combinam para evocar uma aura de "paranóia noir". Somos bombardeados com muitas informações e basta um "piscar de olhos", uma pequena vacilada e o espectador deixa de compreender informações essenciais na estória do filme. A trilha sonora é um espetáculo, a música sempre comunica alguma mensagem ligada a estória dos personagens, oferecendo-se como um complemento criativo e irônico importante na trama. Vale e muito a pena conferir!

Créme De La Créme Gary Oldman (George Smiley). Atuação impecável. Para mim, seria um forte candidato ao Oscar 2012 de melhor ator. Abs,

(Originalmente publicado em 22/01/2012).

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