top of page

Resenha / Crítica: O Artista / The Artist / França / Bélgica, 2011 / Direção: Michel Hazanavicius


Boa Noite! Ótimo início de semana para todos os leitores, amantes de cinema e arte em geral. Hoje, é um dia iluminado e especial. Acredito que qualquer cidadão que escrever a respeito do filme do diretor Michel Hazanavicius exclamará - Bravo! - e ficará com o semblante nitidamente emocionado. Antes de mais nada, "O Artista" é uma película que realiza uma maravilhosa homenagem a história do cinema. Para os mais desavisados o filme é em preto e branco, aproximadamente, noventa e oito por cento mudo. As falas dos personagens são mostradas na tela através de letreiros, mas não se engane com esse método de comunicação. Nem todas as falas são apresentadas na tela do cinema ou na telinha do seu computador. Para se apreender o que acontece na trama é necessário mergulhar de corpo e alma. Sensacional. Realizar esse esforço é muito fácil quando você percebe que está tendo o prazer de assistir a uma linda obra de arte. O longa foi eleito o Melhor filme de Comédia ou Musical do Globo de Ouro 2012, O Melhor filme do Critics Choice Awards 2012 e o Melhor Filme do Producers Guild Awards 2012, isso tudo sem falar nos diversos prêmios técnicos que ele vem conquistando. O alvoroço ao seu redor começou quando, merecidamente, Jean Dujardin ganhou o título de melhor ator do Festival de Cannes e agora parece que nada irá lhe fazer parar. George Valentin (Jean Dujardin) é o rei do cinema mudo em Hollywood em 1927. A audiência ama tudo o que George se propuser a realizar. Logo em seguida, aparece Peppy Miller (Bérénice Bejo), que o público pode imaginar que será uma grande estrela algum dia. É muito engraçada a cena que mostra o primeiro encontro dos dois personagens. George e Peppy trabalham juntos em um único filme e George é muito generoso e tranquiliza a atriz iniciante, mas uma atração inegável se desenvolve entre os dois. Ao longo dos próximos anos - e como os anos passam rápido - o cinema mudo desaparece e entra na obscuridade. As imagens com sons e os diálogos entre os personagens explode nas telas do cinema da época. George se vê lutando não só para trabalhar, é obrigado a vivenciar a ascenção meteórica de Peppy ao se tornar a próxima grande estrela do cinema. George é casado com uma atriz de cinema, Doris (Penelope Ann Miller), uma mulher sofisticada e bela, mas visivelmente amargurada com o sucesso e imenso talento do marido. Com o passar do tempo a relação entre o casal se deteriora, o amor desaparece assim como o tempo glorioso do cinema mudo. Ah, não posso me esquecer que George tem um cachorro de estimação e não é exagero algum escrever que o "melhor amigo do Homem" é tão talentoso quanto o grande protagonista do filme. Estou na dúvida: Um cachorro pode concorrer a premiação do Oscar? Só de mencionar tal fato já dá para imaginar a importância do maravilhoso artista e animal de estimação. Jean Dujardin realmente joga com a platéia e parece amar nada mais do que cativar, entreter e atender às pessoas que vêm para ver seus filmes. O ator françês desenvolve uma comunicação corporal de tirar o fôlego. É impossível não lembrar de Charles Chaplin e Buster Keaton. Eu nunca tinha ouvido falar nesse ator, realizei uma breve pesquisa e percebi que ele já atuou em programas da TV francesa, sendo um dos comediantes mais populares e talentosos de sua geração. A sua atuação é impecável: expressão corporal, sorriso, carisma, bom dançarino. Consegue fazer o público rir e chorar de uma maneira muito natural, unificando tais qualidades na composição do personagem. Ainda não assisti ao filme "Better Life", Demián Bichir concorre ao Oscar 2012 de "Melhor ator" também. Contudo, acho muito difícil a sua atuação superar o desempenho de Dujardin. Realmente, a sua atuação pode ser considerada memorável e a conquista de uma possível estatueta será o merecido reconhecimento. <br /> Se você pensou que apenas Jean Dujardin é a estrela máxima do película não se engane. Bérénice Bejo segue os mesmos passos de Dujardin e atribuo os mesmos comentários e elogios a sua magnífica atuação. Bejo possui as mesmas qualidades cênicas de Dujardin, confere leveza e sensibilidade ao personagem. É uma mulher que ama o cinema e será uma espécie de ponte de ligação entre o cinema mudo e o cinema falado. A atriz argentina é até o momento a minha predileta para ganhar a estatueta de "Melhor atriz coadjuvante". A trilha sonora merece um parágrafo a parte. Ludovic Bource acaba de ganhar o Globo de Ouro de melhor trilha sonora do ano, superando o ídolo John Williams com muito merecimento. Um filme mudo precisa de muita música para preencher os espaços não falados. É até interessante relembrar o tempo em que ir ao cinema era coisa de gente fina que utilizava seus ternos e gravatas. A cena inicial da película mostra o público assistindo a estréia de um filme de George no cinema onde ficava uma banda que ia ritmar os acontecimentos do filme e serve também como mais um momento nostálgico dessa época de ouro. A fotografia do filme (Guillaume Schiffman) é esplêndida e ambientação é feita nos mínimos detalhes. A direção de arte é demais e trabalha em sintonia com o figuro. Até momentos que não são de filmes mudo fazem parte do longa, mas estes são aplicados com maestria e em situações chave. Eu não sou adepto da teoria que um bom filme precisa ter um bom final para ser considerado um filme "completo", mas a parte final é muito emocionante. Não vou contar para não perder a graça, dessa película que deve ganhar a grande maioria das premiações. Sem palavras. Créme De La Créme Jean Dujardin / Bérénice Bejo / Michel Hazanivicous / Ludovic Bource / Guillaume Schiffman / O Artista Abs,

(Originalmente publicado em 30/01/2012).

Destaque
Tags
Nenhum tag.

Parabéns! Sua mensagem foi recebida.

bottom of page