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Resenha / Crítica: O Anjo Exterminador / El ángel exterminador / México, 1962 / Direção: Luis Buñuel


Boa Tarde! Hoje, realizarei o tão aguardado post da película "O Anjo Exterminador". Desculpem-me pela demora na conclusão do post, mas tive que assistir ao filme mais uma vez. Aliás, esse é o tipo de obra-prima que deve ser visualizada várias e várias vezes mesmo. Como observaremos a seguir, na trama a sucessão de repetição de comportamentos será o elemento chave na compreensão da trama. E, afinal, na vida de todos nós, não é mesmo? A trama se inicia com um jantar luxuoso, numa mansão gigante, com colunas tradicionais e com um portão de entrada gigantesco. É curioso, mas esse filme de Buñuel me lembrou muito de alguns filmes de Hitchcock e, mesmo Eu sendo um novato na arte de apreciar cinema, consegui perceber essa notável semelhança. Aliás, a semelhança com o mestre do suspense não para por aí. Edmundo Nobile (Enrique Rambal) e Lucía de Nobile (Lucy Gallardo) são os anfitriões do glamouroso jantar. São cerca de vinte convidados da mais alta burguesia (Parafraseando Cazuza "a burguesia fede") e todos são pessoas bem educadas, talentosas e conhecedoras de uma boa etiqueta. No começo da película, os funcionários da mansão estão prepando o banquete, mas notamos que quase todos estão com muita pressa em ir embora. É claro, temos a figura do mordomo, passivo e submisso, esse personagem não consegue "abandonar o barco" e acaba sendo a única figura assalariada presente no jantar. Imagina só: Um jantar para vinte pessoas, apesar do contratempo tudo anda "às mil maravilhas" e na hora do prato de entrada, um cidadão tropeça e derruba tudo no chão. É, desagradável. Contudo, essa cena não é o mais importante do filme, mas é bem constrangedora como diria um bom e sábio burguês. Beleza, o jantar segue em pleno desenvolvimento, aparentemente, as coisas estão indo dentro de uma normalidade. Sabe como é, papo de burguês têm algumas frescuras, um alfineta daqui, outro alfineta de lá e assim caminha a humanidade. Contudo, num determinado momento, Blanca (Patricia de Morelos) vai até ao piano e toca uma sonata. Desse momento em diante, acompanharemos uma alteração de comportamento em todos os convidados. Por algum motivo, ninguém consegue deixar a mansão. OS convidados não conseguem ter o raciocínio de pensar e executar o movimento de deixar a mansão, caracas?!? Realmente, esse filme é espetacular, maravilhoso e é muito indicado para os leitores que amam em assistir a filmes com conteúdo psicológico. Tenho certeza que Freud ficaria muito contente em assistir a película. Na medida que a trama se desenvolve, observaremos a degradação da burguesia, crenças, valores morais e éticos. Existem umas cenas bem surreais, mas que servem bem a película. O casal Nobile possui um urso de estimação e algumas ovelhas. Li na internet que o Buñuel tirou essa idéia de um acontecimento na sua vida pessoal. Sensacional. O filme como um todo é genial e é muito bem finalizado. Memorável. Super, ultra, mega, hiper recomendado.

Créme De La Créme

Buñuel

Abs,

(Originalmente publicado em 26/04/2012).

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