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Resenha / Crítica: A Invenção De Hugo Cabret / Hugo / Estados Unidos Da América, 2011 / Direção: Mar

  • Foto do escritor: Maurício Miranda
    Maurício Miranda
  • 1 de nov. de 2015
  • 5 min de leitura

Boa Tarde! Hugo é a película mais recente do mestre americano Martin Scorsese. O filme estreará em território brasileiro no próximo dia 17 de fevereiro. O roteiro é baseado no premiado livro de Brian Selznick - Hugo - em 2008, vencedor da medalha Caldecott. A Medalha Caldecott (Caldecott Medal em inglês) é concedida anualmente pela Association for Library Service to Children, uma divisão da American Library Association, ao ilustrador do mais destacado livro ilustrado estadunidense para crianças publicado naquele ano. Seu nome é uma homenagem ao ilustrador britânico do século XIX Randolph Caldecott. Juntamente com a Medalha Newbery, é o mais prestigioso prêmio estadunidense dedicado à literatura infanto-juvenil. Selznick nasceu em East Brunswick Township, New Jersey. Ele se formou na Rhode Island School of Design e, em seguida, trabalhou por três anos na Eeyore's Books ("Bisonho Livros") para crianças em Manhattan, enquanto trabalhava em seu primeiro livro, A Caixa de Houdini. John Logan foi o responsável por transportar o roteiro do livro para a versão realizada no cinema. Logan nasceu em Chicado (EUA) e possui no seu currículo ótimos roteiros como: Rango, Sweeney Todd, O Aviador, O Último Samurai, Gladiador, Um Domingo Qualquer. Ele também será o responsável pelo roteiro de "007 - Skyfall" e pelo aguardado filme de Steven Spielberg sobre Abraham Lincoln. Hugo conta a história de um menino que, na década de trinta, mora numa estação de trem localizada na França. Inclusive, a estação de trem tem uma vista maravilhosa da cidade e do ponto turístico de referência da cidade da luz, a Torre Eifel. Hugo Cabret (Asa Butterfield) é um garoto muito inteligente e curioso, com a ajuda de seu pai que era relojoeiro, desenvolve uma habilidade rara e genuína de consertar relógios. A relação entre pai e filho é muito bonita e intensa. Infelizmente, o pai de Cabret morre e o menino se vê obrigado a morar junto com o tio na estação de trem. O tio Claude (Ray Winstone) é o responsável em manter todos os relógios da estação em plena ordem e funcionamento. Infelizmente, mais uma vez o destino prega uma peça em Cabret e o garoto se vê sozinho na estação de trem. Hugo é um sonhador nato, a todo momento se recorda de sua relação com o amado pai. A recordação mais preciosa do pai é um autômato, uma espécie de máquina humana que é capaz de escrever. A máquina foi resgatada de um incêndio num museu, pai e filho estavam trabalhando juntos para consertar a misteriosa máquina humana de realizar sonhos. Com a ausência do pai, Cabret nutre a esperança de que ao consertar o autômato, a máquina terá o poder de lhe trazer uma mensagem do pai. Com a finalidade de sobreviver para realizar esse sonho, com o desaparecimento do tio, Cabret passa a manter em funcionamento todos os relógios da estação de trem. É claro, ele precisa se alimentar também e, diariamente, nada melhor do que "pegar emprestado" das lojas da estação leite e alguns salgados. Na sua jornada, o garoto é descoberto tentando furtar um lindo ratinho azul de brinquedo. O dono da loja, George (Ben Kingsley) surpreende o garoto que assustado acaba derrubando o brinquedo ao chão e assim o lindo ratinho azul se transforma em um monte de peças quebradas e sem finalidade. George revista o bolso do garoto e descobre um caderno de anotações e imagens detalhadas do autômato. O velho fica desnorteado ao descobrir o caderno e toma o para si, mesmo diante do apelo de Hugo. George pede para o garoto consertar o brinquedo, atividade que Hugo realiza com perfeição nus piscar de olhos. Pronto. O ratinho azul, está funcionando novamente. O velho combina com o menino que se ele trabalhar na loja de brinquedos, quem sabe, ele não mudará de idéia a seu respeito e lhe devolverá o caderno com as anotações do seu pai. Sem saída, e com medo de ser delatado ao inspetor da estação de trem interpretado por Sacha Baron Cohen, Hugo concorda em prestar os seus serviços ao velho George. O garoto acaba por conhecer a jovem Isabelle (Chloë Grace Moretz) que vive com Papa George e a sua esposa Mama Jeanne (Helen McCrory). A garota se encanta com o misterioso garoto e promete ajudá-lo a resgatar o tão desejado caderno de anotações de Hugo Cabret. O roteiro do filme foi muito bem adaptado ao cinema por Logan que inseriu algumas modificações interessantes na trama. Observamos uma participação muito mais ativa do inspetor da estação e do seu fiel escudeiro cachorro, conferindo cenas com momentos bem engraçados e servindo como uma ponte de ligação entre Hugo, a estação de trem e alguns outros personagens da história. Entretanto, senti falta de um personagem muito interessante no livro e que não foi incluído na película de Scorsese. Etiene é um personagem que não aparece muito no livro, mas ele surge em momentos decisivos e que ajudam Hugo a descobrir a verdadeira história do autômato e do velho George. Inclusive, Etiene é o responsável por facilitar o contato de Hugo e Isabelle com o cinema. Logan eliminou o personagem da história mantendo apenas o professor Rene Tabard (Michael Stuhlbarg). Entretanto, a não inclusão do personagem não compromete a história do filme. Talvez, com o pensamento de conferir veracidade a trama, o personagem não tenha sido incluído, já que Etiene era um jovem estudante de cinema que não tinha um olho e usava um tapa olho a "La Capitão Gancho".O filme é muito bem dirigido por Scorsese que consegue com maestria recriar a atmosfera do livro com detalhes pormenorizados. Está tudo lá, a estação de trem, a magnífica Torre Eifel, os relógios da estação, o autômato, os personagens principais muito bem caracterizados, Papa George e a homenagem ao cinema. É, pelo visto, a premiação do Oscar 2012 terá dois filmes favoritos e, ambos com a sua particularidade e modo, realizaram uma linda homenagem e resgate da história do cinema. Talvez, com a opinião diferente de muitos outros espectadores, acredito que Martin Scorsese, um cineasta que aprecio bastante, tenha cometido um importante pecado. No livro escrito por Brian Selznick, a história de Hugo é mais sonhadora e fantasiosa. Fiquei com a sensação que Scorsese preferiu manusear os elementos mágicos e oníricos da história de um modo mais controlado, conferindo a película uma base sólida de realidade. Assisti ao filme na minha residência e estou com uma forte expectativa de conferir a produção no cinema em 3D. Escrevo um fato curioso: Depois de uma triagem que James Cameron assistiu, ele chamou o filme de "obra prima" e disse a Martin Scorsese que foi o melhor uso de 3D ​​que tinha visto, incluindo seus próprios filmes. Uau, ok, vou conferir para saber se é verdade mesmo. O responsável pela fotografia de "A Invenção de Hugo Cabret" (Hugo, 2011) é o renomado Robert Richardson. Ele já ganhou dois Oscar, em 1992 por "JFK - A Pergunta que Não Quer Calar" (JFK, 1991) e em 2005 por "O Aviador" (The Aviator, 2004). E já foi indicado outras 4 vezes além da desse ano: por "Platoon" (Platoon, 1986), "Nascido em Quatro de Julho" (Born on the Fourth of July, 1989), "Neve Sobre os Cedros" (Snow Falling on Cedars, 1999) e "Bastardos Inglórios" (Inglourious Basterds, 2009). Ele tem uma boa chance de faturar seu terceiro Oscar com uma fotografia, na minha opinião muito boa, mas sem o mesmo encantamento da fotografia realizada por Guillaume Schiffman em O Artista. Bom, acabei soltando um palpite, mas vou guardar maiores comentários em um futuro post sobre os meus favoritios da cerimônia do Oscar 2012.

Créme De La Créme Martin Scorsese, um filme muito bem dirigido e bem diferente das suas produções habituais. Abs,

(Originalmente publicado em 05/02/2012).

 
 
 

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