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Livro: Diários de Bicicleta (David Byrne, 2009)


Boa Tarde! Obrigado a todos os amigos que visitaram ao blog e dedicaram uma parte do seu tempo para o entretenimento. O principal objetivo do blog é a troca de informações e conhecimentos sobre livros, cinema, música e arte em geral. Existem algumas maneiras de realizar esse passeio virtual. Que tal de bicicleta? Em 2009, "Diários de Bicicleta" foi escrito por David Byrne (14 de maio de 1952, Dumbarton, Escócia, Reino Unido). O autor é mais conhecido pelo seu trabalho na décade 70 e 80 como músico no Talking Heads (Como membro do Talking Heads, Byrne foi incluído no Rock and Roll Hall of Fame). David Byrne também é fotógrafo, escritor, diretor de cinema, admirador da música brasileira (Produziu álbuns de Tom Zé e Margareth Menezes) e um dos precursores da new wave e world beat. Não sou um grande conhecedor da obra musical de David Byrne, na sua carreira solo tive um maior contato com o seu álbum mais recente, em parceria com o Fat Boy Slim - "Here Lies Love(2010)". Escutei as músicas, mas não me aprofundei nas letras. Após a leitura do livro, percebi que esse é um álbum conceitual baseado em torno da vida de Imelda Marcos (primeira dama das Filipinas) e sua babá Estrella Cumpas. Imelda Marcos e seu marido Ferdinando Marcos se casaram em 1954, após apenas onze dias de noivado, trocou seus nomes de sua origem espanhola por Edralín Marcos de seu esposo. Em 25 de Fevereiro de 1986 seu esposo sai da presidência após uma "ditadura" de quase 21 anos de duração. Percebi uma certa semelhança com a família Kennedy. Voltei ao livro e transcrevo uma parte interessante das impressões de Byrne. O regime Marcos, apesar de corrupto desde a origem, não era mais corrupto, pelo menos no início, do que muitos outros. Talvez, até menos, no começo. O que distinguia o casal em alguns aspectos era que eles realmente construíram clínicas, rodovias, estradas, pontes, centros culturais e uma escola de artes, assim como fomentaram um plano de saúde e muitos outros programas que eles prometeram em suas campanhas. (Aquela escola de artes produziu muitos dos tipos criativos que ainda estão ativos - amigos das pessoas nesta sala). Programas parecidos foram prometidos por outros políticos toda vez que chegava a época das eleições, mas Marcos realmente os cumpriu. Portanto, Ferdinad e Imelda foram realmente amados por muitos filipinos - pelo menos no começo do seu mandato - e de, acordo com alguns, eles continuaram a ser amados nas províncias mesmo durante a sua deposição, um evento que parece ter chocado o povo do interior. A certa altura (nos anos 60), o casal intencionalmente moldou a sua imagem à dos Kennedys - posando para fotos de família no Palácio Malacañang, vestindo versões feitas à mão de trajes nativos e geralmente parecendo jovens e glamurosos - o que de fato eles eram. Como acontecia com os Kennedys nos Estados Unidos, o público os amava, assim como a mídia internacional. Os Marcos apareceram na Time, na Life, e, em publicações do mundo todo - eram um casal muito fotogênico. Todo mundo comprou a fantasia - assim como a mídia comprou o mito Kennedy, que estava sendo criado na mesma época. Imelda Marcos também ganhou fama quando houve o escândalo dos sapatos quando cerca de três mil pares de sapatos de sua posse foram descobertos na casa dos Marcos, Imelda passava o tempo comprando e gastando fortunas em pares de sapatos que nunca viria a usar, e enquanto isto os filipinos morriam de fome na miséria total.Além de sapatos, foram achados jóias, vestidos, perfumes caros e outras futilidades na casa de Imelda, tudo comprado supostamente com dinheiro público desviado. Alguma semelhança em algum momento na história política do Brasil? Vamos mudar um pouco de tema, não dá para andar de bicicleta desse jeito.<br /> Byrne compartilha com o leitor, numa espécia de diário de bordo a sua experiência com a bicicleta que é o meio de transporte mais utilizado no mundo. O autor utiliza-se da bicicleta como o seu principal meio de transporte, em Nova York desde o início dos anos 80. O curioso é que a cidade de Nova York ainda não é um exemplo de modelo de metrópole bem adaptada ao uso da bicicleta com essa finalidade. Contudo, o autor destaca a mudança radical sofrida pela cidade em busca dessa adaptação. Byrne, destaca o prazer de se locomover pela cidade durante o dia ou ir a boates, exposições de arte ou lugares badalados á noite sem precisar recorrer a um táxi ou à estação de metrô mais próxima. Num primeiro momento ele não percebeu que era uma forma de se exercitar também, tendo o imenso prazer em andar pelas ruas sujas e esburacadas da cidade. Nas suas viagens à trabalho ao redor do mundo, David descobriu as bicicletas dobráveis e passou a levá-la para os mais diversos cantos do planeta. O autor têm consciência que a maioria das suas visitas foram apenas de passagem, o que ao seu ver, esses relatos podem passar uma visão superficial, limitada e particular por definição. Acredito que, mesmo de passagem, um visitante também pode captar os detalhes, as especificidades à mostra, fazendo com que o contexto geral e as estruturas ocultas da sociedade se mostrem praticamente por si mesmos. A economia se reflete nas vitrines das lojas e a história, nos batentes das portas. Por incrível que pareça, quanto mais microscópio for o seu olhar mais ampla se torna a sua perspectiva.No decorrer de suas viagens e passeios de bicicleta podemos compartilhar de um olhar muito interessante sobre as cidades - do ponto de vista da bicicleta - é quase possível de sentir e visualizar os relatos de suas próprias percepções. David, por exemplo, nos conta a história dos bairros americanos, dos subúrbios, shoppings, comércios e da natureza. Temos relatos de suas viagens em Berlim, Istambul, Buenos Aires, Manila, Sydney, Londres, São Francisco, Nova York e etc. É interessante perceber que o seu olhar sobre o Homem é o do presente, mas extremamente preocupado com o futuro. A palavra que liga o presente ao futuro é "sustentável". Talvez, o passado, seja a estória contada a cada dia sobre o Homem, a espécie de animal mais destruidora que existe na face da Terra. Acredito que as pessoas que conheceram alguns ou muitos desses lugares são pessoas afortunadas. É claro, espero que o passeio tenha sido de bicicleta. Se desejarem compartilhar as suas experiências, por favor, deixe o seu comentário. Será lido e respondido com muita atenção e carinho.

Fonte de Pesquisa

http://pt.wikipedia.org/wiki/David_Byrne http://pt.wikipedia.org/wiki/Imelda_Marcos http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/932380-bicicleta-e-rejeicao-a-status-diz-david-byrne-em-entrevista.shtml http://www.livrariadavila.com.br/Produtos/Produtos.aspx?id=115276&TPRCOD=30

Créme De La Créme

Andar de Bicicleta e o clipe da música "New York I Love You But You´re Bringing Me Down" - LCD SOUNDSYSTEM.

http://www.youtube.com/watch?v=5JkBiP7rPt0

(Originalmente publicado em 10/01/2012).

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